sábado, abril 25, 2009

Contradições

foto tirada por mim
E então desacreditou de si própria e parou tudo o que vinha fazendo. Achou-se ridícula ao olhar-se no espelho: o rosto, o olhar, o corpo... Nada condizia com a imagem que um dia fizera de si! Já não estava ali, uma pessoa que pensara conhecer, mas isto fora noutros tempos, quem sabe até, noutras vidas. Porque também achou ridícula a voz que lhe saía, as palavras que escrevia os carinhos que dava os sorrisos que sorria. Tudo agora era ridículo! Resquícios, sobras que a cada dia mais desdenhava. E chorou! E calou o choro! E emudeceu de tudo. E só não dormiu eternamente porque não lhe chegara à hora e não seria ela a fazê-la. Haveria ainda uma chance de mudança? À hora de tudo parecia já ter passado, apesar, de no seu espírito ainda sentir-se moça. O que fazer daquele corpo, daquele rosto, daquele eu, que já não se parecia em nada com ela?

Um comentário:

Eira-Velha disse...

É verdade... o tempo é assim.
E também é tempo de dizer algo e perguntar: o que é feito de ti, minha amiga?
Um beijo