sexta-feira, agosto 03, 2007

SEJA FEITA...

Duas noite mal dormidas...Duas noites de olhos abertos a pensar e a pensar... E hoje pela manhã, logo cedo encontrei uns olhos ternos de Mãe que me fitavam e me levaram a tomá-la nas mãos e dar-lhe um suave beijo. Há muito Ela não me chamava assim. Há muito eu própria evitava olha-la. Sabia que tinha um pedido a me fazer. E sei que não precisa de mim, mas por algum motivo que não compreendo quer necessitar da minha ajuda. E logo, num telefonema, o motivo manifestou-se. Titubeei, como tenho feito nos últimos tempos, mas de repente senti uma alegria interior e uma vontade incontrolável de atender ao pedido. Sinal de que é missão.Ao menos para este momento. Não pedi nada em troca, mas bem no fundo da alma, há sempre aquela esperança de ser perdoada pelas faltas que teimo em cometer, ou que não tenho forças para não cometer. Hei de cantar, a menos que se torne completamente impossível. Por quê? Por que: “Deus não joga dados com o universo, tudo está interligado e tem um sentido.” (Einstein).

4 comentários:

Fátima disse...

É verdade amiga, essa frase é perfeita: ao longo da minha vida tenho sentido tantas, tantas vezes essa interligação. Nada acontece por acaso!

O award ficou muito bem, eh!eh! Mtos bjinhos e votos de um excelente fim-de-semana :)

Ivy disse...

É mesmo Fátima. O award ficou lindo. Obrigada. Um beijinho e votos de um final de semana maravilhoso!

Eira-Velha disse...

Peço licença para deixar aqui este poema dedicado à Mãe

Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:

Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade


Um grande beijinho para todas as Mães do mundo.

Ivy disse...

Olá querido amigo. Agradeço imenso o poema. É maravilhoso! Obrigada também por teu carinho e companhia.Um beijo com muito carinho!