segunda-feira, novembro 06, 2006

VOAR!

A borboleta continua sua luta: lenta, dolorida... Tanto tempo se passou e ela continua a mesma: no casulo. Sem asas, sem cor.... Até quando? Quando finalmente terá forças para sair de lá? Ao longo dos anos conheci tantas pessoas. Fiz novos amigos, uns poucos inimigos. Decepcionei-me e decepcionei... Lutei, vivi... Sobrevivi! Os amigos fiéis, não os entendo: O que vêm em mim? É verdade o que dizem? Sentem-me como alguém forte e que tem algo para passar aos outros? Custo a acreditar. Sinto-me um Zé Ninguém, um ser medíocre e fora do mundo... Tenho alguns poucos sonhos que não sei realizar. Olho pro céu azul lá fora... As nuvens muito brancas levadas pelo vento... Choro! Choro o que não entendo. O que perdi! Choro os amigos que não tive e os dias que não vivi... Choro por não ter forças... Choro pelas dores ao meu redor, que não sei como transformar em sorrisos. Choro a tristeza dos outros, os que não sei como ajudar. Não sou nada! Não fiz nada de notável, de surpreendente... Simplesmente vivi. Aceitei a vida que recebi. Deveria tê-la transformado? Mas como? Em que? Não vejo muito do que plantei florir... Mas fiz o que sempre julguei ser certo. Muitas vezes deixei de pensar em mim para pensar nos outros. Tentei sempre ser o mais honesta que consegui com tudo o que acredito. Tentei sempre não prejudicar ninguém em detrimento de mim mesma ou dos meus... Perdi, perdi tanto! Perdi companhias que queria manter ao longo do caminho. Perdi jantares com amigos com os quais eu queria estar ao redor de uma mesa de pizzas, vinho, piadas, risadas. Perdi domingos de famílias reunidas, crianças continuando a brincar juntas até crescer... Perdi momentos que eu queria tanto ter vivido, mas a vida levou. Separou meus pais, meus amigos, meus irmãos, meus companheiros... E eu tive que seguir com o que restou! Eu queria mais!Mas o que restou foram distancias, saudades, amarguras, lembranças! Continuarei tentando. Ainda vivo. Ainda luto. Sou medíocre. Não sei ser diferente. Meu aprendizado é muito lento! Sofro por ser assim. Busco aprender... Com tudo, com todos... Minha fortaleza interior tem tantos ocos, tantos pontos fracos...Ainda creio. A borboleta continua tentando... Talvez quando conseguir voar, suas asas terão cores tão lindas que a sua beleza faça com que logo alguém a capture, mas sempre terá valido a pena voar!

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