quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Aos Desprovidos

foto tirada por mim: andarilho
Sois infelizes órfãos desvalidos
Lutando desesperadamente contra a morte
Tendes um padrasto frio, atroz bandido
Que vos largou à vossa própria sorte.
----
Num qualquer dia, vos alimenta,
Nos outros deixa-vos a mercê da fome
E não se importa se dele invocais o nome
Nem mesmo de migalhas vos sustenta!
----
Este malvado espera que a dor
A fome, a tristeza e falta de amor
Não vos matem o corpo, que esperneia
Mas mantenha vossa alma atada, à mesma teia
----
E faça de vós também bandidos
Presos aos ciclos da eterna escuridão
De crença e esperança então perdidos
Não encontre em vós, lugar para o perdão.
----
Do padastro nefasto, frio e cruel
O intento não será alcançado
Preservais no íntimo,fiel
O amor que,de Pai e Mãe vos foi legado
----
Se ao corpo mata em miséria e fome
Inda assim não haveis de renegar o nome.
No reino onde só o espírito viverá
O amor preservado em vós,um dia, brilhará!
( Ivete kg -24.02.2010)

8 comentários:

Anônimo disse...

Ivete

Grato pela visita ao meu blog e pelo seu comentário, foi muito gentil.

Aproveito para convidá-la para o lançamento do livro digital Epicentro de uma tragédia.

Abraços,

PAulo



Postado por Paulo Roberto Bornhofen no blog Ventos do Brasil em Quinta-feira, Fevereiro 25, 2010 8:02:00 AM

Ivy disse...

De nada, Paulo.É mesmo muito agradável ler-te.Tens uma escrita impecável e intensa.
E obrigada pelo convite. Irei, sem dúvida,prestigiar!

Um grande abraço

poetaeusou . . . disse...

*
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Virá também
bairro, meu bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
,
in-zeca afonso,
,
conchinhas,
,
*

Ivy disse...

Grande memória, amigo Poeta. Conheço pouco do Zé Afonso, mas este pouco é muito em beleza!

Obrigada por partilhá-lo aqui.

Um abraço

Blumen disse...

Oi Ivete!
Infelizmente em toda a parte há pessoas desprotegidas, infelizes, postas à margem, alimentando-se dos restos que os outros largam na rua.....Vivendo com miséria e fome..ao calor e frio, sujeitos às intempéries da vida....! E há aqueles que vivem presos a drogas que os colocam no fundo do poço, à beira do abismo.
Mas, todos somos humanos, feitos da mesma matéria e com algo anímico que é nossa alma, nosso espírito.....com um coração também!
QUe um dia todos possamos viver em harmonia, em PAZ, sem miséria de qualquer espécie...
Gostei do que postaste e do tema que Aznavour cantou...Bonito!
Beijinhos para ti, Ivete!

Ivy disse...

O mais triste nestas situações é justamente a teia,amiga. As pessoas se veem presas num ciclo difícil de romper... Não dá pra ficar indiferente quando vemos alguem como o homem da foto e ficamos a pensar: o que foi feito da sua família,para o bem e para o mal? São os pobrezinhos da terra. E sempre pensamos só na miséria material, mas ela pode ir muito além...
Um abraço,amiga.

Bom fim de semana

Unknown disse...

Neste poema revelas a tua sensibilidade para o problema da muséria. Há muita, sim. Material e espiritual. E muita ignorância. Um abraço. Bom resto de domingo. Claro que estamos em sintonia.

Ivy disse...

Disseste tudo,meu amigo. Esta é a maior miséria: a da ignorância! É ela a responsável pelas restantes...
Bom domingo pra ti também.

Abraços