segunda-feira, novembro 13, 2006

CISTITE.

Foi uma simples cistite. Doença que acomete todas as mulheres ao menos uma vez a cada dois anos... Fácil de curar, com o remedinho certo! Finalmente medicada, já sentindo alívio daquele horrível incômodo, fazendo xixi aliviada! Isso me fez pensar e pensar... Em minha mente, centenas de rostos e corpos magros desfilavam: Caminhando... Deitados... Em meio á poeira das estradas. Roupas maltrapilhas, pés descalços. Sentindo frio. Fome. Sede... E dor! Dor sem consolo. Dor sem esperança do remédio... Dor. Só! As lágrimas fizeram meus olhos arder. Eu não conseguia deixar de pensar, de questionar. _” Porque meu Deus? Porque tantos seres humanos por esse imenso planeta tão rico precisam viver dessa maneira? Porque, enquanto alguns de nós temos o conforto de uma casa, alimentos com fartura, cama quente, remédio... Tantos e tantos outros precisam viver como animais”? Eu não conseguia parar de pensar. Aquela dor tão comum, mas tão incômoda me fizera lembrar dos noticiários, das realidades mundiais que conhecemos e da qual ouvimos falar todos os dias, onde realmente seres humanos sobrevivem como “bichos”.Não como qualquer animal... Pois os nossos cães, gatos, passarinhos, cobras de estimação recebem carinho, têm conforto... Recebem alimento adequado á sua saúde. Mas , aqueles seres humanos, não podem sequer ser comparados á animais... Estão jogados, esquecidos, marginalizados tratados por muitos governos como... Talvez ratos? Talvez! Uma enorme leva de ratos, onde tudo já foi roído... Onde tudo se acabou... E agora só restam eles... Devorar uns aos outros? Esperar a morte que chega em meio á grande dor da fome e da sede? Essa dor deve ser terrível... Eu não queria imaginar, não queria pensar, mas a mente me trazia as imagens... Eu não podia fugir... Precisava ao menos chorar... E rezar, pedindo perdão por todas as vezes que reclamei do que tinha. Eu precisava ao menos envergonhar-me de ter tanto e agradecer tão pouco!

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