imagem retirada da internet
Sentou-se a uma mesa do amplo restaurante que àquelas horas estava completamente vazio. Olhou em volta, sentindo-se como sempre, uma estrangeira. E por isso mesmo a solidão desse lugar à hora tardia lhe caía tão bem.
Na realidade, nos últimos tempos sentia-se uma estranha em qualquer lugar que estivesse. Era uma estranha no seu mundo, na sua cidade, no meio da sua família. Tinha vontade de sair, deixando tudo para traz. Mas sabia que nada adiantaria, pois o problema estava em si mesma. Era uma estranha habitando seu corpo e quando se olhava no espelho não reconhecia aquele rosto, aqueles olhos que a fitavam parecendo saídos de outro mundo. Fazia muito tempo que não se reconhecia a si mesma. Quem seria esta mulher na qual se transformava dia a dia, sem conseguir evitar? Quem era essa que, por companhia lhe sobrava somente uma xícara de café totalmente frio, nas mãos que já nada pareciam ter para oferecer?
O vazio instalara-se nela, mas o rosto daqueles a quem encontrava diariamente não lhe mostravam nada diferente. Neles percebia sorrisos caricatos e olhos tão vazios como os seus. Será que a esperança se arredara do mundo? O que estaria acontecendo para que já não houvesse sorrisos verdadeiros e calorosos abraços? Todos pareciam voltados ao seu mundinho e embora falassem a mesma linguagem, já não conseguiam entender-se. Nunca a comunicação fora tão facilitada e tão infecunda! Nunca houvera um vazio como este e aos poucos todos iam se tornando meros seres automáticos, como se fossem controlados exatamente pela mesma máquina inumana. Faltava pouco, muito pouco para que enfim, o processo se completasse.
O vazio instalara-se nela, mas o rosto daqueles a quem encontrava diariamente não lhe mostravam nada diferente. Neles percebia sorrisos caricatos e olhos tão vazios como os seus. Será que a esperança se arredara do mundo? O que estaria acontecendo para que já não houvesse sorrisos verdadeiros e calorosos abraços? Todos pareciam voltados ao seu mundinho e embora falassem a mesma linguagem, já não conseguiam entender-se. Nunca a comunicação fora tão facilitada e tão infecunda! Nunca houvera um vazio como este e aos poucos todos iam se tornando meros seres automáticos, como se fossem controlados exatamente pela mesma máquina inumana. Faltava pouco, muito pouco para que enfim, o processo se completasse.
2 comentários:
É urgente e determinante reconhecermo-nos!
Sabermos quem afinal somos interiormente para que possamos entender o mundo que nos rodeia.
É importante interrogarmo-nos.
É verdade,amigo. Penso da mesma forma e mais do que nunca busco as respostas ,não para os outros, mas para mim mesma. Sei que quando conseguimos estar bem conosco, também ficamos bem com o mundo que nos cerca. E então sim,podemos mudar todo o processo!
Um grande abraço
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