domingo, junho 14, 2009

Fadário

foto tirada por mim
Nunca quis de ninguém por mim, aflição
Quero muito mais que isto, soluciona
Sou exigente, eu quero amor e paixão
Paixão desmedida que nada questiona
Amor que me aceita como sou, desajeitada
Se paixão ou loucura, ilusão ou serenidade
Quero assim mesmo ser desejada
E respeitada na minha unicidade
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Seja eu para ti bela ou feia
Não posso saber da visão alheia
Mas posso amar plena de intensidade
E em tal proporção busco reciprocidade
É algo assim o que tens pra me dar?
Senão o teu peito, já podes calar
Eu sou egoísta, bruxa, equilibrista
Talvez masoquista ou quem sabe? Uma artista,
Aspirante à fadista?
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Se eu canto ou se falo do meu sofrimento
Sinto saudade, amores perdidos lamento
Tragédias, desgraças, destino e amor
Palavras tantas que traduzem a dor
Ciúmes, tormentos e noites sombrias
Passado e presente, da vida a mistura
Se falo de tudo o que achei que havia
De tudo provei na minha procura
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Foi aqui que encontrei a minha essência
Talvez o motivo da minha existência
No fado traduzo o sentir que me cabe
E assim vou seguir até que tudo se acabe
(Ivete - 24.04.2009)
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Música:
Quando Agente Ama
( Osvaldo Montenegro)

Um comentário:

fisga disse...

Olha Minha querida amiga. Este poema fez-me chorar, mas de alegria. Porque pela primeira vez te consigo ver completamente nua, despida de todos os preconceitos que te têm atormentado ao longo da tua vida. é assim que as pessoas se deviam apresentar sempre e não se esconderem sob capas pré-fabricadas. Cujo valor só pode ser de 0,0 Obrigado por seres assim clara e transparente. Beijo Eduardo.