quinta-feira, novembro 23, 2006

TEMPESTADE!

O azul se foi. De cinza se vestiu o céu e grossas nuvens de chumbo tomaram conta de tudo... Ao longe, clarões ligeiros. Ao redor, o som dos trovões. Lufadas de vento varrendo tudo. Clarões mais e mais freqüentes! Nos vidros das janelas, as primeiras gotas de chuva deslizaram mansamente, riscando desenhos suaves. Ao longe, luzes se acenderam em meio ao cinza escuro. O céu tornou-se mais e mais chumbo! Encantada, observava a força do belo espetáculo que parecia orquestrado por mão invisível. A chuva aumentava aos poucos e os relâmpagos cegavam meus olhos. O ribombar dos trovões enchia-me de medo, mas ainda assim queria assistir a tudo. E a chuva se fazia sempre mais forte. Chumbo diluído, descendo do céu aos borbotões, em tudo á minha volta. Caiu fria sobre mim expulsando-me do meu posto de observação. Corri para dentro e fechei a porta. Uma onda de calor e segurança me invadiu. Da janela continuei a olhar. Era belo vê-la caindo sobre a terra, irrigando-a... Os homens corriam de cá para lá, agitados, fugindo para não se molhar. Até os carros pareciam ter se escondido, mas aos poucos voltavam em grandes desfiles de faróis. Agora a chuva era intensa e escorria alegremente pelas janelas. Do aconchego da minha janela eu a tudo observava. Quanta paz na força da tempestade... As árvores balançando, suavemente embaladas pelas águas que lavavam suas verdes folhagens. Fiquei ali, absorta e agradecida por tanta beleza! Aos poucos o vento foi perdendo sua força e tudo se foi acalmando. Os clarões dos relâmpagos tornaram-se mais e mais distantes... Tudo foi cessando! O céu começou a clarear. As nuvens se tornaram branquinhas novamente. As folhagens estavam ainda mais verdes agora e logo o céu estaria novamente azul!

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